Mercado de roupas usadas nos EUA cresce mais rápido que varejo

Quando pensamos em consumismo, o modelo de vida americano, ou amercian way of life, é uma referência forte. Talvez por isso, a notícia a seguir tenha um impacto ainda maior quando pensamos em uma mudança para um consumo mais consciente e sustentável. O fato é que o mercado de roupas usadas nos EUA cresceu sete vezes mais rápido do que o varejo de roupas novas em 2023.

As informações estão em um Relatório de Revenda de 2024 da loja online de artigos de segunda mão ThredUp. Este é o 12º estudo anual, conduzido pela empresa de análise GlobalData e inclui projeções até 2033.

Suas conclusões são baseadas em uma pesquisa com 3.654 consumidores nos Estados Unidos, bem como em uma pesquisa com 50 das principais marcas e varejistas de moda do país.

“O mercado global de vestuário de segunda mão continua a florescer – uma prova do valor intrínseco que os compradores encontram na experiência e uma prova da mudança em direção a um ecossistema de moda mais circular”, disse o cofundador e CEO da ThredUp, James Reinhart.

“Ao celebrarmos este progresso, também reconhecemos o papel poderoso que o governo pode desempenhar na aceleração da transição para um futuro mais sustentável para a moda. No 12º ano, o Relatório de Revenda mostra alguns dos sinais mais promissores de como poderá ser esse futuro com níveis de apoio mais elevados. Até que a moda deixe de ser um dos setores mais prejudiciais da economia global, continuaremos a defender que o governo ajude a impulsionar a adoção e a mudança de comportamento na moda”, afirma o executivo.

De acordo com o relatório, as vendas de roupas usadas estão se aproximando de 10% do mercado da moda em todo o mundo, à medida que as preocupações ambientais e os preços elevados inspiram os consumidores a comprar artigos de segunda mão. O crescimento anula deste segmento está em 12% e pode chegar a US$ 350 bilhões até 2028.

Nos EUA, o crescimento do mercado de peças usadas ultrapassou o mercado geral varejista de vestuário em sete vezes no ano passado. Até 2028, a previsão é que movimente US$ 73 bilhões.

Segundo a pesquisa, 45% dos jovens preferem comprar roupa em segunda mão online, em comparação com 38% que preferem visitar um brechó físico. A previsão é que dentro de cinco anos, a revenda online de roupas mais que dobre, para US$ 40 bilhões, com um crescimento de 17%.

“A revenda está firmemente inserida no panorama da moda. A compra de segunda mão transcende gerações, com o papel da revenda mudando ao longo da vida dos consumidores. Os mais jovens recorrem às peças de segunda mão para se expressarem e para ajudar a criar o seu estilo pessoal; os pais enxergam em roupas usadas uma forma econômica e ecologicamente consciente de consumir; e as gerações mais velhas recorrem aos produtos de segunda mão para obter marcas acessíveis e sofisticadas , além da emoção de garimpar”, disse Neil Saunders, diretor administrativo da GlobalData.

Mais de um terço dos consumidores disseram que compram peças usadas para ter acesso a marcas de luxo – um aumento de 11% em relação a 2022.

Impacto positivo para empresas, consumidores e meio ambiente

O relatório avaliou os resultados de 163 marcas de roupas com lojas de revenda e aponta para um crescimento de 31% nas vendas em relação a 2022, com a revenda gerando uma receita mínima de 10% na receita global de uma empresa dentro de cinco anos. A maioria dos das marcas – 87% – afirma que a venda de peças usadas também ajuda a promover seus objetivos de sustentabilidade.

Nas eleições, candidatos que apoiam uma economia da moda circular, terão apoio de 42% dos consumidores, que defendem que o governo precisa aprovar leis que promovam uma moda mais sustentável.

Reinhart disse que a legislação destinada a restringir o fast fashion globalmente inspira as marcas a agirem. “É difícil não acreditar que haverá alguma atividade nesse espaço nos próximos três a cinco anos, dada a quantidade de vestuário que acaba em aterros sanitários ”, disse.

Reprodução Ciclovivo